terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Dica de Cinema - III




Depois de um tempo de ostracismo, sem escrever sobre dicas de filmes ou o que seja, apesar de ter indicado a programação de fim de ano do TCM (foram 50 de uma só vez), não escrevi sobre um filme em específico.

Assisti a um na semana passada que chamou a atenção: O Amor Nos Tempos do Cólera (Love in the Time of Cholera - 2007).

Confesso ainda não ter lido na íntegra o livro, mas achei o resultado surpreendente.


"Meu coração tem mais cômodos do que um bordel."


De fato, pois uma das características de Garcia Marquez é a narrativa lenta, rica em detalhes. Não há como contar tudo em pouco mais de duas horas de filme. E diretor de cinema nenhum fica preso totalmente a uma obra literária a qual serviu de inspiração para o filme.


"Meu único lamento em morrer é não morrer por amor."


Talvez por isso que o produtor Scott Steindorff tenha levado 3 anos a convencer o colombiano a vender os direitos de adaptação de seu livro às telas do cinema.

Dirigido por Mike Newell (Donnie Brasco), ele conta a história de um jovem telegrafista, Florentino Ariza, que se apaixona perdidamente por uma moça, Fermina Daza. Porém seu pai não aprova em nada o namoro e os afasta.


"Não tenho medo da morte. Tenho medo da velhice."


Enquanto que a jovem, interpretada pela bela Giovanna Mezzogiorno se casa com um médico, ele continua a sonhar e a esperar por ela e pelo dia da morte de seu marido.


"Não há maior glória do que morrer por amor."


Newell não foi bem fiel ao livro. Isso é fato. Porém ele deu maior foco à alma da história. Ao amor quase que impossível de Florentino, aqui, interpretado por Javier Bardem, que mais uma vez mostra que é um dos grandes nomes do cinema atual.


"Sei que precisamos ser felizes sem amor. E apesar dele."


Filme rodado na Colômbia, onde a história é contada, e onde é a casa de Gabriel Garcia Marquez, com vários atores internacionais, como, além dos já citados, temos também Fernanda Montenegro (que diga-se de passagem, está muito bem aqui, como sempre), John Leguizamo como o pai de Fermina e Benjamin Bratt.


"A coisa mais importante no casamento não é a felicidade, mas a estabilidade."



O que peca aqui é realmente a linguagem utilizada. Falado em inglês, com algumas pequenas passagens em espanhol.


"A idade não tem realidade, salvo no mundo físico. A essência do ser humano é resistente à passagem do tempo."


Apesar de ter sido um pouco carregado no melodrama em algumas partes, o filme não deixa de ser, digamos, elegante. Além de uma belíssima fotografia.

Vale a pena.

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