terça-feira, 28 de outubro de 2008

TIM Festival - Noite I


Nesta crise que parece ter atingido a Sétima Arte, devido à falta de opções de bons filmes em exibição, chega a Terceira edição do TIM Festival em Vitória e, enfim, minha primeira participação.

Em noite jazzística, mais intimista, a primeira noite no Teatro da UFES, Stacey Kent conversando com o público, arranhando um português com sotaque (“Para mim é um grande prazer compartilhar a minha música com vocês”).

Ela cativou quem esteve presente pela simpatia e voz. Além de, é claro de interpretações como “So Many Stars”, de Sergio Mendes, “Samba da Bênção”, de Vinícius, interpretada em francês. Além de, é claro, “Águas de Março”, cantada em inglês.

Tivemos também “My Fair Lady” e “What a Wonderful World” para fechar sua apresentação.

Após o intervalo, entra a pianista Carla Bley, ao longo de seus 72 anos, com muita história para contar, já tocou com vários figurões, inclusive com Jack Bruce, iniciou apresentando os seis movimentos da primeira música em homenagem à Banana. Ao arriscar em falar “bananinha” chegou a tirar risos do público.

Muito boa a noite de jazz do TIM Festival.

TIM Festival - Noite II

Já a segunda noite foi a mais, digamos, estonteante.

Siba e a Fuloresta em sua primeira apresentação no Espírito Santo, abrindo a noite com rimas, como repentista.



Interagindo sempre com o público, contando um caso entre uma música e outra, inclusive sobre a dança que seu músico Galego criou em Nova Iorque.

Acompanhado por um quarteto de metais e três percussionistas, apresentou músicas de seus dois discos pós Mestre Ambrósio: “Fuloresta de Samba”, de 2003 e “Toda vez que Dou um Passo Meu Mundo Sai do Lugar”, de 2007.

Sempre pedindo a participação do público, normalmente correspondido, talvez por poucos conhecerem sua música, que lembra de bandas como o Cordel do Fogo Encantado, ou o maracatu de Chico Science (todos pernambucanos). Empolgação maior foi quando ele anunciou que iria iniciar o carnaval dele no palco, iniciando assim, outra sessão de rimas improvisadas.

Quando em uma de suas improvisações ele anunciou que iria descer para o meio do público, aí todos se levantaram, ficaram ao redor da banda acompanhando a animação e suas rimas, inclusive anunciando em uma delas a próxima atração: Gogol Bordello.

Pena não ter tocado nada do Mestre Ambrósio.

Após o intervalo, todos a postos, quando a luz baixa e é anunciado o pedido para que se desliguem os celulares.

Pedido feito em vão, pois, quando a Gogol Bordello entra em cena, e são dados os primeiros acordes, só faz confirmar o que ouvi em conversas antes do início das atrações desta segunda noite: “Não dá para assistir ao show dele sentado”. Todos levantaram, correram para a frente do palco. Foi como uma catarse juvenil (comentário também ouvido, mas ao fim da apresentação).


Ele chegou já mostrando que iria quebrar tudo, literalmente. Subia nas caixas de retorno à frente do palco, arrancava os microfones, parecendo que iria jogar para o público, destruindo tudo.

Quem mais teve trabalho foi a equipe de roadies trocando os microfones ou ajeitando os fios e os pedestais. No mínimo quatro microfones deram problema.



Na terceira música entram duas backing vocals percussionistas que pareciam ser candidatas à Musa do Brasileirão pelo Santos. E o vocalista, o ucraniano Eugene Hütz, parecia querer estrangulá-las em palco.

Em meio a tanta diversidade cultural que foi a segunda noite do TIM Festival, tantas culturas juntas, como a Zona da Mata Nordestina do Mestre Siba e mais ainda no Gogol Bordello, formado pelo vocalista ucraniano que já morou no Rio de Janeiro. Além de romeno, israelense, etíope e americano que formam a banda criada em Nova Iorque, claro que a mistura de sons é inevitável, com violino e acordeon. Chegou a cantar em português “Que Pena”, de Jorge Ben e “Morena Tropicana”, de Alceu Valença.

Uma mistura de Punk, Cigano, e um violinista também muito disposto, que também interagia com o público, chegando bem perto de quem estava à frente do palco.

Insano, Hütz foi o que mais se divertiu, com certeza. Tocava violão, batucava, distribuía vinho (chegou a entornar em um dos seguranças do palco).

Anunciado o fim do show, ninguém arredou o pé dali, como na primeira noite. A diferença foi que eles voltaram para um bis de mais de vinte minutos de euforia. Todos cansados, mas ninguém ficava sentado.



E um balde vermelho que estava ao lado da bateria desde o início do show que dava até para imaginar que era para colocar gelo para o vinho que deu para descobrir a sua real utilidade: ele misturou tudo. Microfone (mais um!), vinho e fez um verdadeiro coquetel molotov, que realmente explodiu o Teatro da UFES (acostumado com solenidades de formaturas e apresentações eruditas) com sua batucada.

Foi um show para contar para os netos!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Enorme perda musical - II


No mesmo ano que perdemos Rick Wright, pouco mais de um mês outro grande tecladista nos deixou.

Trata-se de Merl Saunders, que trabalhou um bom tempo com Jerry Garcia e seu Grateful Dead.

Grande tecladista, tocou com outros grandes nomes como Tom Fogerty, Taj Mahal, Danny Cox, Dinosaurs, B.B. King, Bonnie Raitt, dentre muitos outros. Inclusive musicou o tema com o Jerry Garcia para a nova série de Além da Imaginação.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Obina for President


Barack Obina, o xodó da Nação Rubro Negra e candidato a Presidência dos Estados Unidos em uma imagem de reflexão com 10 pontos percentuais a frente de seu rival para as eleições a ocorrerem dia 04 de novembro.

Só mesmo a torcida do Mengão para mandar uma dessas!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Crise e o Crédito... Que Crédito?



Em meio a toda essa crise, todo mundo desconfiado de todo mundo., achando que o fim do mundo está próximo, o Governo, através de Medida Provisória, autoriza seus dois bancos, Caixa e Banco do Brasil a comprar bancos de menor porte. O que quer dizer: estatizar instituições privadas.

Ora, se o próprio Governo diz que o sistema financeiro é sólido, que não passa por dificuldades para que isso?

É como se já estivesse antecipando medidas de desconfiança em uma crise de confiança.

domingo, 19 de outubro de 2008

Splatter



Splatter, ou Gore (grosseiramente sinônimos) e sem um significado específico na Língua Portuguesa, mas com um sentido de morte com atrocidades, mutilações.

No entanto, uma exposição que trata deste assunto, porém de forma muito bem humorada mostra o outro lado, a outra face dos nossos (nada) inocentes personagens de desenhos animados.

O Artista Plástico James Cauty abriu na Galeria Aquarium, em Londres esta exposição que deve ter mexido com o brio de vários fãs de desenho animado desde a infância (inclusive deste que vos escreve). Tipo, o Coyote pegando o Papa-Léguas. O Frajola comendo o Piu-Piu. O Patolino acertando com o Pernalonga...

Sangüinário mesmo deve ser o sobrinho deste artista, de apenas 15 anos, que deu a idéia de organizar esta exposição.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Em terra de compadres...

Caros leitores que acompanharam a "Operação Satiagraha" que culminou na prisão do Todo-Poderoso banqueiro Daniel Dantas e que depois tornou-se aquela típica lambança goiaba-mamão (prende-e-solta) do mesmo banqueiro por conta de dois habeas corpus concedidos pelo Excelentíssimo Ministro Gilmar Mendes.

Interessante foi que estes recentes habeas corpus não foram os primeiros concedidos Sua Excelência ao mesmo banqueiro. Não sei se chegou a ser ou se será exibida nos telejornais, visto que não tenho acompanhado.

Segue reportagem que acabo de ler no site do Terra e que também pode ser conferida no seguinte endereço: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3257404-EI6578,00-Dantas+pediu+para+Mendes+julgar+processo+em.html.

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O ministro Gilmar Mendes concedeu dois habeas corpus a Daniel Dantas. Certo? Errado. Gilmar Mendes já concedeu três habeas corpus ao dono do grupo Opportunity.

O primeiro habeas corpus foi concedido no dia 20 de setembro de 2005 (HC 86.724-3), para garantir que Dantas não fosse obrigado a produzir prova contra si mesmo em seu depoimento à CPMI dos Correios, dia 21 de setembro. Na época, o escândalo era o do Mensalão.



Detalhe do habeas corpus concedido por
Gilmar Mendes a Daniel Dantas, em 2005

Até aí, não há nada de estranho neste habeas corpus de Gilmar Mendes. A forma, o trâmite e o embasamento são os mesmos que sustentaram tantos outros pedidos semelhantes feitos e concedidos. Inclusive o mais recente, dado pelo ministro Joaquim Barbosa a Daniel Dantas antes de seu depoimento na CPI das Escutas Telefônicas, realizado em dia 13 de agosto último.

Curioso é o que se segue.

Ainda na seqüência das investigações sobre o mensalão, em outubro de 2005, o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) solicitou que a CPI tivesse acesso ao HD apreendido na Operação Chacal. Operação Chacal que, como se recorda, investigou a prática de espionagem praticada pela Kroll a mando de Dantas em 2004, ano em que o tal disco rígido foi apreendido.

Trata-se, diga-se de passagem, do mesmo HD que, depois de aberto e periciado pela Polícia Federal, deu a base da Operação Satiagraha, deflagrada agora em 2008, prendendo Daniel Dantas por duas vezes.

Necessário lembrar que em ambos os casos, Gilmar Mendes concedeu habeas corpus mandando soltar Dantas. Desta vez, contudo, em circunstâncias mais polêmicas.

Pois bem. Murad e a CPI queriam o HD. Dantas não queria entregar o HD. Entrou então com mandado de segurança (número 25.580-3) junto ao Supremo.

Então, vem o fato curioso: Dantas pediu, na ocasião, para que a decisão ficasse a cargo do ministro Gilmar Mendes, de quem já havia obtido um habeas corpus para se salvaguardar na CPI. Dantas pediu, em termos jurídicos, "distribuição do writ por prevenção ao Ministro Gilmar Mendes".

A decisão, nesse caso, coube à ministra Ellen Gracie, que não atendeu ao pedido de "prevenção", mas impediu o acesso da CPI ao HD.



Trecho do despacho de Ellen Gracie sobre mandado de segurança impetrado por Daniel Dantas, em 2005: a ministra entendeu que não era caso de prevenção do relator.

Pergunta: por que Daniel Dantas iria querer que o ministro Gilmar Mendes decidisse a questão do HD?

Em 11 de junho de 2008, antes da Operação Satiagraha ser deflagrada, advogados do Opportunity entram com novo pedido de Habeas Corpus (HC/95009). Dessa vez, o pedido cai na mão de Eros Grau.

Em 8 de julho de 2008, explode a Operação Satiagraha. Registre-se ipsis litteris o que diz o inquérito do delegado Protógenes Queiroz: "Como parte dessas condutas ardilosas voltadas a diversos tipos de fraude praticadas contra instituição financeira é muita das vezes pautadas em práticas contábeis de manipulação dos resultados das empresas parceiras ligadas diretamente ou indiretamente ao grupo, até mesmo em nível de Tribunais no tocante a procrastinação de processos e outras modalidades arquitetadas por D.Dantas, junto com grandes escritórios de advocacia no Brasil podemos citar Barbosa, Musnich e Aragão; Nélio Machado; Gordilho, Pavie Ribeiro e Aragão, entre outros"

Procurado durante toda a manhã por Terra Magazine, o advogado de Daniel Dantas, Nélio Machado, não foi localizado para comentar o pedido de Daniel Dantas para que o ministro Gilmar Mendes julgasse o habeas corpus.

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Música do grande Teixeirinha para eles.

Compadre Gildo

Compadre gildo de freitas
Encerraste a carreira
Acabou a nossa guerra
Que era pura brincadeira
Agora estás lá no céu
Junto a nossa padroeira
No jardim da santidade
Aceite toda a saudade
Do teu compadre teixeira

Pediste a terra pro corpo
Antes da extrema unção
Também comungo contigo
Quando eu morrer quero o chão
Mas quero é falar de ti
Na minha composição
Gildo eu digo com certeza
Mais um selo de tristeza
Que gruda em meu coração

Compadre gildo de freitas
Ouça bem o teixeirinha
Está te mandando um beijo
A tua esposa carminha
O jorge , o zeca e o paulo
O geneco e a neusinha
Teus cinco filhos e netos
Os donos dos teus afetos
Também da saudade minha

Na estância grande do céu
Onde te encontras agora
Junto aqueles trovadores
Que a tempo já são outrora
Vão fazer versos contigo
Prá cristo e nossa senhora
O cardoso na sanfona
O tereco se apaixona

Compadre gildo de freitas
O rio grande está chorando
Sentindo a falta de ti
E o povo se lamentando
Não vão ouvir mais nós dois
Em versos se debicando
Eram duelos de idéias
Prá divertir as platéias
E nós como irmãos se dando

Foi grande a nossa amizade
E disso nunca eu esqueço
Sempre nos queremos bem
E querer bem não tem preço
Mas tu partiste com deus
Mudaste de endereço
Com cristo tu te refez
Quando chegar minha vez
Compadre gildo apareço.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Concursando

Caros milhares de leitores do blog do Zanota,
desde o início desta semana, ao lado direito, em "Minha lista de blogs" conta com uns links para a turma concurseira. Tem de tudo nesses blogs: provas resolvidas, comentadas, vídeo-aulas e tudo mais para quem estiver interesse em partir desta pra uma melhor, que é a vida de funcionário público.

Afinal, como diria a Sra. Rita Lee: "Nada melhor do que não fazer nada".

Portanto: aos estudos!

domingo, 5 de outubro de 2008

É só isto, e nada mais

    Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
    Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
    E já quase adormecia, ouvi o que parecia
    O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
    "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.

    É só isto, e nada mais."

    Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
    E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
    Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
    P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
    Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,

    Mas sem nome aqui jamais!

    Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
    Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
    Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
    "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
    Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.

    É só isto, e nada mais".