terça-feira, 28 de outubro de 2008

TIM Festival - Noite II

Já a segunda noite foi a mais, digamos, estonteante.

Siba e a Fuloresta em sua primeira apresentação no Espírito Santo, abrindo a noite com rimas, como repentista.



Interagindo sempre com o público, contando um caso entre uma música e outra, inclusive sobre a dança que seu músico Galego criou em Nova Iorque.

Acompanhado por um quarteto de metais e três percussionistas, apresentou músicas de seus dois discos pós Mestre Ambrósio: “Fuloresta de Samba”, de 2003 e “Toda vez que Dou um Passo Meu Mundo Sai do Lugar”, de 2007.

Sempre pedindo a participação do público, normalmente correspondido, talvez por poucos conhecerem sua música, que lembra de bandas como o Cordel do Fogo Encantado, ou o maracatu de Chico Science (todos pernambucanos). Empolgação maior foi quando ele anunciou que iria iniciar o carnaval dele no palco, iniciando assim, outra sessão de rimas improvisadas.

Quando em uma de suas improvisações ele anunciou que iria descer para o meio do público, aí todos se levantaram, ficaram ao redor da banda acompanhando a animação e suas rimas, inclusive anunciando em uma delas a próxima atração: Gogol Bordello.

Pena não ter tocado nada do Mestre Ambrósio.

Após o intervalo, todos a postos, quando a luz baixa e é anunciado o pedido para que se desliguem os celulares.

Pedido feito em vão, pois, quando a Gogol Bordello entra em cena, e são dados os primeiros acordes, só faz confirmar o que ouvi em conversas antes do início das atrações desta segunda noite: “Não dá para assistir ao show dele sentado”. Todos levantaram, correram para a frente do palco. Foi como uma catarse juvenil (comentário também ouvido, mas ao fim da apresentação).


Ele chegou já mostrando que iria quebrar tudo, literalmente. Subia nas caixas de retorno à frente do palco, arrancava os microfones, parecendo que iria jogar para o público, destruindo tudo.

Quem mais teve trabalho foi a equipe de roadies trocando os microfones ou ajeitando os fios e os pedestais. No mínimo quatro microfones deram problema.



Na terceira música entram duas backing vocals percussionistas que pareciam ser candidatas à Musa do Brasileirão pelo Santos. E o vocalista, o ucraniano Eugene Hütz, parecia querer estrangulá-las em palco.

Em meio a tanta diversidade cultural que foi a segunda noite do TIM Festival, tantas culturas juntas, como a Zona da Mata Nordestina do Mestre Siba e mais ainda no Gogol Bordello, formado pelo vocalista ucraniano que já morou no Rio de Janeiro. Além de romeno, israelense, etíope e americano que formam a banda criada em Nova Iorque, claro que a mistura de sons é inevitável, com violino e acordeon. Chegou a cantar em português “Que Pena”, de Jorge Ben e “Morena Tropicana”, de Alceu Valença.

Uma mistura de Punk, Cigano, e um violinista também muito disposto, que também interagia com o público, chegando bem perto de quem estava à frente do palco.

Insano, Hütz foi o que mais se divertiu, com certeza. Tocava violão, batucava, distribuía vinho (chegou a entornar em um dos seguranças do palco).

Anunciado o fim do show, ninguém arredou o pé dali, como na primeira noite. A diferença foi que eles voltaram para um bis de mais de vinte minutos de euforia. Todos cansados, mas ninguém ficava sentado.



E um balde vermelho que estava ao lado da bateria desde o início do show que dava até para imaginar que era para colocar gelo para o vinho que deu para descobrir a sua real utilidade: ele misturou tudo. Microfone (mais um!), vinho e fez um verdadeiro coquetel molotov, que realmente explodiu o Teatro da UFES (acostumado com solenidades de formaturas e apresentações eruditas) com sua batucada.

Foi um show para contar para os netos!

1 comentários:

Anônimo disse...

agora q li a matéria, vi q foi um domingo bem produtivo