terça-feira, 3 de março de 2009

Grandes Obras aos 33 - I

Pois é, amigos leitores. Dando início hoje a uma séria série de postagens com comentários e indicações de discos, livros, filmes e afins que estão chegando a esta divina idade: 33 anos.

E você, estimado leitor, pode estar se perguntando: Mas por que justo 33? E eu retruco: e por que não? Mas, na verdade, quem me conhece sabe o motivo. Ou não!

Inicio com este disco que está entre os grandes, mas pouco lembrado nas relações de melhores discos de todos os tempos. Vai entender o motivo.

Estamos falando do Presence, lançado em 31 de março de 76 (data bem próxima).

A banda mesmo em um período totalmente conturbado: entre eles a perda do filho de Plant e um acidente sofrido pelo vocalista na ilha de Rodes que obrigou a banda a cancelar uma turnê. E, mesmo numa cadeira de rodas, o álbum foi gravado em apenas três semanas, ou quase isso: 17 dias. O mais rápido desde Led Zeppelin I.

Este foi o único disco da história da banda com ausência de teclados. Mudança radical provocada justamente pela má fase pessoal que cada um deles passara. Melhor deixar que Page explique: "Eu acho que foi um reflexo da ansiedade e emoção daquele período. Tem muita espontaneidade naquele álbum. Nós começamos com quase nada e tudo foi aparecendo".

Este foi formado por sobras do Houses of the Holy. Ou seja: se isto são sobras, o que dizer de um disco, digamos... Bem concebido.

Deveras, pois já na faixa de abertura, Achilles Last Stand, já mostra a que veio o disco. Com uma pegada incrível tanto no conjunto da obra como no individual em seus mais de dez minutos: Plant com suas brilhantes letras e nesta, então, mais uma épica e com uma desenvoltura vocal brilhante (como sempre). E os riffs que Page nos presenteia aqui? E os solos, então? John Paul Jones também com uma brilhante demonstração de seu baixo. Aahh, e ainda temos John Bonhan que, em uma das mais brilhantes pegadas de bateria que alguém poderia ouvir. Não tem como se cansar de ouvir esta música. Uma verdadeira aula de como se faz um verdadeiro rock 'n' roll.

Depois temos For Your Life. Repare nas paradinhas que eles dão durante a execução da música, o que mostra um perfeito entrosamento entre eles.

Em seguida temos Royal Orleans. Os discos do Led sempre foram marcados pela sua grande diversidade musical. Este é talvez o mais uniforme, com grande peso. E esta música é a que foge a esta uniformidade musical. Ela tem um certo funky. Claro que por ser Led Zeppelin, tem aquela pegada, bem com estilo de Bonhan.

A quarta faixa, Nobody´s Fault But Mine é, juntamente com Achilles Last Stand, a mais conhecida do disco. Segunda lição de como se fazer um rock. Cru, com um peso bem medido, brilhantes riffs de guitarra, um solo indefectível, e até uma gaita para quebrar o gelo. Isso tudo em pouco mais de seis minutos. Sem igual.

E eles parecem ter gostado de experimentar essa virada meio funky, pois Candy Store Rock volta com esse groove. E esta é a única faixa que, neste quase totalmente disco completamente elétrico, conseguimos ouvir um violão. Coisa rara, pois eles sempre gravavam músicas acústicas em seus discos.

Hots for Nowhere é a canção mais popular do disco. Atenção, caro leitor: eu disse popular, não comercial. Afinal, eles nunca foram de se render a isso e não seria aqui, não é verdade?

E, para fechar este disco, temos Tea for One. É um blues de Led Zeppelin. E blues do Led Zeppelin é algo completamente diferente de qualquer blues. A música, de início, vem com um riff que parece ser outra do tipo Hots for Nowhere. Quase que uma continuação. Isso por apenas alguns segundos, pois logo ela tem aquela virada que vai descambar para o blues. Sensacional. Inevitável lembrar de Since I´ve been Loving You, principalmente no início. E ainda mais quando ela ganha aquele peso que só o blues do Led Zeppelin tem.

Ainda tem a capa, que, como sempre, surge com grande polêmica. O objeto, um obelisco que aparece em todas as fotos tanto na capa como no encarte que gerou grandes discussões. Há quem diga que representa a força da banda que renasceu depois deste cenário de tragédias, ou ainda, uma alusão, uma ironia ao monolito do filme "2001 - Uma Odisseia no Espaço" do genial Stanley Kubrick.

Brilhante disco, do início ao fim. Pena que alguns, ou seja, aqueles que realmente não entendem de rock dizem ser o inícil de uma fase terminal da banda, já decadente.

É melhor ouvir e deixar que os outros falem o que bem entenderem. Sem dar ouvidos. Para o leitor que conhece o disco, pode deixar seu comentário. Será bem vindo. E para aquele que não conhece ou não tem ainda o disco (o que é um verdadeiro sacrilégio), pode adquiri-lo aqui.


Achilles Last Stand

It was an April morning when they told us we should go
And as I turned to you, you smiled at me, how could we say no?

With all the fun to have, to live the dreams we always had
Oh, the songs to sing, when we at last return again

Sending off a glancing kiss, to those who claim they know
Below the streets that steam and hiss,
The devil's in his hole

Oh to sail away, To sandy lands and other days
Oh to touch the dream, Hides inside and never seen.

Into the sun the south the north, at last the birds have flown
The shackles of commitment fell, In pieces on the ground

Oh to ride the wind, To tread the air above the din
Oh to laugh aloud, Dancing I fought the crowds, yeah

To seek the man whose pointing hand, The giant step unfolds
To guide us from the curving path, That churns up into stone

If one bell should ring, in celebration for a king
So fast the heart should beat, As proud the head with heavy feet.

Days went by when you and I, bathed in eternal summers glow
As far away and distant, Our mutual child did grow

Oh the sweet refrain, Soothes the soul and calms the pain
Oh Albion remains, sleeping now to rise again

Wandering and wondering, What place to rest the search
The mighty arms of Atlas, Hold the Heavens upon the earth

The mighty arms of Atlas, Hold the heavens from the earth
From the earth...

I know the way, know the way, know the way, know the way (X2)

Oh the mighty arms of Atlas, Hold the Heavens from the earth.


P.S.: Este post foi escrito ouvindo o disco por duas vezes.

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